principalmente





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31.12.05

0:00

m | 11:18 PM |

22.12.05

Gosto do cheiro a sapateiro
Lembra-me a minha avó
E esse é um tempo bom
Quando não distinguia
Os sítios onde ia
Dos sítios onde me queriam levar
-continuo a não fazê-lo muito bem-
Demorei-me na calçada
Perto da porta da sobreloja

carolina | 8:43 PM |

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m | 2:34 PM |

21.12.05

carolina | 4:18 AM |

20.12.05

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A água cega e surda mas alegremente não-muda brilhando e borbulhando de encontro ao esmalte claro da banheira. O quarto abafado de vapores mornos, os espelhos embaçados. o reflexo do corpo nu nos mosaicos húmidos da parede.
A moça ri mansamente de alegria de corpo. Suas pernas delgadas, lisas, os seios brotaram da água. Ela mal se reconhece. Estende um perna, olha o pé del onge, move-o terna, lentamente como a uma asa frágil. Ergue os braços acima da cabeça, para o tecto perdido na penumbra, os olhos fechados, sem nenhum sentimento, só movimento.
O corpo se alonga, se esperguiça, refulge húmido na meia escuridão - é uma linha tensa e trémula. Quando abandona os braços de novo se condensa, branca e segura. Ri baixinho, move o longo pescoço de um a outro lado, inclina a cabeça para trás - a relva é sempre fresca, alguém vai beijá-la - Ri de novo, em leves murmúrios como os da água. Alisa a cintura, os quadris, a sua vida.
Imerge na banheira como no mar. Um mundo morno se fecha sobre ela silenciosamente, quietamente.
Pequenas bolhas deslizam suaves até se apagarem de encontro ao esmalte. Ela sente a água pesando sobre o seu corpo, pára um instante como se lhe tivessem tocado de leve o ombro. Atenta para o que está sentindo, a invasão da maré. Que houve? Torna-se uma criatura séria, de pupilas largas e profundas. Mal respira. O que houve? Os olhos abertos e mudos das coisas continuam brilhando entre os vapores. Sobre o mesmo corpo que adivinhou alegria existe água - água. Não, não... Porquê? Seres nascidos no mundo como na água. Agita-se, procura fugir. Tudo - diz devagar como entregando uma coisa, perscrutando-se sem se entender. Tudo. E essa palavra é paz, grave e incompreensível como um ritual. A água cobre o seu corpo. Mas o que houve? Murmura baixinho, diz sílabas mornas, fundidas.
O quarto de banho é indeciso, quase morto. As coisas e as paredes cederam, se adoçam e diluem em fumaças.
Quando emerge da banheira é uma desconhecida. Nada a rodeia e ela nada conhece. Está leve e triste, move-se lentamente, sem pressa por muito tempo. O frio corre com os pés gelados pelas suas costas mas ela não quer brincar, encolhe o torso ferida. Enxuga-se sem amor, humilhada e pobre. Embrulhada no roupão, não querendo olhar, ah, não querendo olhar. Tudo, tudo, repete. Tudo é vago, leve e mudo.


Clarice Lispector
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m | 3:52 PM |

........................................................................................................................................................................................................................................................................................ ................................................................................................................... " Escutai, meu anjo, eu tenho toda a vontade do mundo de vos satisfazer quanto a isso, pois sabeis que respeito os gostos, as fantasias, por mais barrocas que sejam, considero-as a todas respeitáveis, visto não as podermos dominar e a mais singular, a mais bizarra de todas, bem analisada, corresponder sempre a um princípio de delicadeza."

Marquis de Sade, em carta à Marquise de Sade

carolina | 9:14 AM |

carolina | 3:27 AM |

19.12.05

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Ouve, não te enganes. Isto que se demora não é o tempo.
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m | 2:43 PM |

18.12.05

ISSO NÃO É VOAR.
ISSO É CAIR
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COM ESTILO


Woody, Toy Story

carolina | 1:21 PM |

17.12.05



Quando Elas Despertam
Procura guardá-las, Poeta,
por poucas que sejam
de guardar,
do teu amar as
visões.
Coloca-as no meio
ocultas nas tuas frases.
Procura detê-las, Poeta,
quando em tua cabeça
elas despertam,
de noite ou na luz
crua do meio-dia.
Kavafis


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seven invisible man_ Sharunas Bartas (Quinzaine des Réalisateurs) cannes 58

carolina | 5:01 AM |

"Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos.
Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio, li-
nhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atra-
vessas e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da
devolução.

Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore.
Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda
a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a me-
dida exacta do meu desejo.

Sou um animal. Necessito diariamente da transfusão de uma
enorme quantidade de calor. Tocas-me?"

(VASCO GATO)

carolina | 4:00 AM |

meu doce dorival da bahia, doce


Dorival Caymmi e Chico Buarque

m | 2:00 AM |

16.12.05

a mudez e a nudez

"
As palavras são seixos rolando no rio. A palavra. A beleza extrema está nela. Mas é inalcançavel - e quando está ao alcance eis que é ilusório porque de novo continua inalcançável. Evola-se destas minhas palavras acotoveladas um silêncio que é também como o substrato dos olhos. Há uma coisa que me escapa o tempo todo. Quando não escapa, ganho uma certeza: a vida é outra.
Tem um estilo subjacente.
É a mim que caberá impedir-me de dar nome à coisa. O nome é um acréscimo e impede o contato com a coisa. O nome da coisa é um intervalo para a coisa. A vontade do acréscimo é grande - porque a coisa nua é tão tediosa. Falar com as coisas é mudo. Falar com o Deus é o que mais mudo existe. Ainda estou viciada pelo condimento da palavra. E é por isso que a mudez está me doendo como uma destruição. Ah, mas para se chegar à mudez, que grande esforço da voz. Minha voz é o modo como vou buscar a realidade; a realidade, antes da linguagem, existe como um pensamento que não se pensa. A realidade antecede a voz que a procura, mas como a terra antecede a árvore, mas como o mundo antecede o homem, mas como o mar antecede a visão do mar, a vida antecede o amor, a matéria do corpo antecede o corpo, e por sua vez a linguagem um dia terá antecedido a posse do silêncio. Eu tenho à medida que designo - e este é o esplendor de se ter uma linguagem. Mas eu tenhomuito mais à medida que não consigo designar. E é inútil procurar encurtar o caminho e querer começar, já sabendo que a voz diz pouco. Pois existe a trajectória, e a trajectória não é apenas o modo de ir. A trajectória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via crucis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prémio.
Às vezes, por mais absurdo, acho lícito escrever assim: nunca se inventou nada além da morte. Morrer deve ser uma muda explosão interna. O corpo não aguenta mais ser corpo. E se morrer tiver gosto de comida quando se está com muita fome?
Vou lhe contar um segredo: a vida é mortal. A morte é o impossível e o intangível. De tal forma a morte é apenas futura que há quem não a aguente e se suicide. É como se a vida dissesse o seguinte: e simplesmente não houvesse o seguinte. Só dois pontos à espera.
Um mundo fantástico me rodeia e me é. Ouço o canto doido de um passarinho e esmago borboletas entre os dedos. Sou uma fruta roída por um verme. Uma chusma dissonante de insetos me rodeia, luz de lamparina acesa que sou. Exorbito-me então para ser. Sou em transe. Penetro no ar circundante. Que febre: não consigo parar de viver.


(...)

Eu sou um objecto querido de Deus. E isso me faz nascerem flores no peito. Ele me criou igual ao que escrevi: 'agora sou um objeto querido por Deus' e ele gostou de me ter criado como eu gosto de ter criado a frase. E quanto mais espírito tiver o objeto humano mais Deus se satisfaz.
Lírios brancos encostados à nudez do peito. Lírios que eu ofereço e ao que está doendo em você. Pois nós somos seres carentes. Mesmo porque certas coisas - se não forem dadas - fenecem. Por exemplo - junto ao calor do meu corpo as pétalas dos lírios crestariam. Chamo a brisa leve para a minha futura morte. Terei de morrer senão minhas pétalas crestariam. É por isso que me dou à morte todos os dias. Morro e renasço.
Inclusive eu já morri a morte dos outros. Mas agora morro de embriaguez de vida. E bendigo o calor do corpo vivo que murcha lírios brancos.
O querer, não mais movido pela esperança, aquieta-se e nada anseia.
Meu futuro é a noite escura e eterna. Mas vibrando em elétrons, prótons, nêutrons, mésons - e para mais não sei, porém, que é no perdão que eu me acho.
Eu serei a impalpável substância que nem lembrança de ano anterior substância tem.
Será que no instante de morrer forçarei a vida tentando viver mais do que posso? Quem tem misericórdia de nós que sabemos sobre a vida e a morte quando um animal que eu profundamente invejo - é inconsciente de sua condição ? Quem tem piedade de nós? Somos uns abandonados? Não, tem de haver. Eu acho que é coragem de dizer a verdade que nós sabemos. Há palavras proibidas.
Eu me denuncio. denuncio a nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer - e respondo a toda essa infâmia com - exactamente isto que vai agora ficar escrito - e respondo a toda essa infâmia com alegria. Puríssima e levíssima alegria. Não faz sentido? Pois tem de fazer.
(...)
"
Clarice Lispector, Auto-retrato: Segunda Colagem

carolina | 9:35 AM |

15.12.05

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a busca de Calipso
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Paulo Almeida_ Projecto Lisboa....................................

carolina | 12:00 PM |

14.12.05

Hail, here comest thou dancers



m | 9:23 PM |

poema *

Reverso
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Recordar a quien duerme
es un acto común y cotidiano
que podría hacernos temblar.
Recordar a quien duerme
es imponer a otro la interminable
prisión del universo
de su tiempo sin ocaso ni aurora.
Es revelarle que es alguien o algo
que está sujeto a un nombre que lo publica
y a un cúmulo de ayeres.
Es inquietar su eternidad.
Es cargarlo de siglos y de estrellas.
Es restituir al tiempo otro Lázaro
cargado de memoria.
Es infamar el agua del Leteo.


Jorge Luis Borges, La Cifra (1981)

carolina | 2:17 PM |

eu sou quem virá apagar da areia todos os traços

m | 5:57 AM |

duas cidades, trento

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para ir não será precisa força
simplesmente ir,
a vida virá daí

para ficar é preciso resistir
a vida vai-se daí

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m | 1:53 AM |



Jenny Holzer Inflammatory Essays

m | 1:51 AM |

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. . . . . . . . . . . . . . .A bela geometria das superfícies
. . . . . . . . . . . . . . .não pode continuar a distrair-nos de tudo
. . . . . . . . . . . . . . .o que nos atormenta: a vida é isto, esta imensa
. . . . . . . . . . . . . . .e inútil espera, e os livros afinal
. . . . . . . . . . . . . . .jamais nos ensinaram outra coisa.

. . . . . . . . . . . . . . . Rui Pires Cabral
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m | 1:38 AM |

13.12.05

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esperar
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Miguel Esteves Cardoso, [verbos intransitivos] Explicações de Português, Assírio & Alvim

carolina | 10:42 AM |

m | 2:39 AM |

[naquele tempo falavas muito de perfeição]



noutros tempos dir-se-ía
o café mudou de freguesia

e isso não teria nada de mal.

mas agora os cafés rodam para banco ou sucursal
e há, além disso, a cirúrgia a laser
que remove todos os nomes tatuados
na parte interna do pulso
.

m | 1:30 AM |




pedi-lhe que tirasse o chapéu
(pedira-lhe que viesse sem chapéu)
era assim que era suposto identifica-lo
numa esquina das avenidas secundárias

vi um homem
direito, que nao falava ao telemóvel, não roia as unhas, não olhava as montras
tinha um chapéu
com uma pluma
negra

.

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the_mistake_Grerg_Brown

carolina | 1:01 AM |

12.12.05

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Haveria uma escrita do não escrito.
Um dia isso há-de acontecer.
Uma escrita breve, sem gramática,
uma escrita apenas com palavras.
Palavras sem gramática a apoiá-las.
Ali, escritas. E logo abandonadas.
.
Marguerite Duras
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m | 9:39 PM |


xenon on bregenz’ alte pfarrkirche zum heiligen nikolaus, lech, 2004
© jenny holzer

m | 9:35 PM |


The true character of a building is only available when under construction or when its use is spent, as a ruin...
Louis I. Kahn (1901-1974)

carolina | 8:19 PM |

Jo Landau

carolina | 9:11 AM |

Xangô

um deserto i.e., umas ruínas do que há de vir; uma cidade; uma qualquer coisa acesa de febre.
um profeta i.e., um homem de mãos demasiado longas; uma mulher de clavículas absurdamente belas; um suspiro feito estrondo (na voz de alguém que passa, e canta); um duche demasiado quente, demasiado cedo (que devolve um sonho); um louco.


O profeta bebe a sua palavra para se alimentar. Refeito, volta a clamá-la para a dar a comer. Sacia as suas multidões interiores, comendo-as de seguida para as voltar a avisar. Eu já o vi, em espasmos onde contraía todas as palavras e depois os músculos, a gritar nu entre as areias para depois cair derrotado para ser salvo. Certa vez não se salvou. Caiu de joelhos e escondeu a cara. Oiço-o:
Depois de mim virá um homem,
que passou à minha frente, porque existia antes de mim.
A partir daí não mais o discurso/vómito redentor
não mais os pés.
apenas as mãos,
apenas a água

m | 1:25 AM |

o risco profissional a longo prazo de fazermos espetaculo de nós próprios consiste em, dada altura, também comprarmos bilhete.

carolina | 1:10 AM |

Retrato um







Já vi cavalos soltos no pasto onde de noite o cavalo branco -rei da natureza- lançava para o ar o seu longo relincho de glória. Já tive perfeitas relações com eles. Lembro-me de mim de pé com a mesma altivez do cavalo e a passar a mão pelo seu pêlo nu. Pela sua crina agreste. Eu me sentia assim: a mulher e o cavalo.

Clarice Lispector

m | 1:07 AM |







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antwerpen
ou como se diz adeus

carolina | 1:00 AM |



não percebo, isto é, toma o que não sei.

m | 12:15 AM |

11.12.05

villainess

Seshat, the forgotten wife and teacher of the Egyptian God Hermes; Miriam, High Priestess and maligned sister of Moses; Cleopatra the seductress; Mary Magdalene, the penultimate Scarlet Woman; Hypatia, the intellectual harlot; Sappho of Lesbos, whom Plato elevated to the Tenth Muse; Catherine de Medici, Machiavellian mother par excellence; Lucrezia Borgia.




















cartier-bresson-newengland1947.......

carolina | 1:48 AM |

10.12.05


carolina | 5:58 PM |

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L'eau c'est la soif qui nous l'apprend
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carolina | 1:44 PM |

é uma probabilidade científica, arriscadamente calculada

O ano 2120 será a data dos terramotos e das erupções vulcânicas. É uma probabilidade científica, arriscadamente calculada. Elevado número de cidades e grande parte da vida organizada terão a sorte pretérita de Agadir, ou San Francisco, Lisboa, POMPEIA...
Catástrofe. Desvio. Revolução.
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o bébé da margarida. salvé
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Ouve-me Gradiva, tu que dás um passo em frente.
Ouve-me Olympia, e continua o teu delicioso e perfeito canto mecânico.



Ernesto de Sousa
Escrito para Helena Almeida em Novembro de 1979

carolina | 1:04 PM |

rois et reine

appelez une ambulance. mon ami va mourrir

carolina | 12:54 PM |



Daniele Buetti, Good Fellows - Looking For Love

m | 4:30 AM |

9.12.05

carolina | 4:36 PM |

je me sais coupable.


Tinha vinte e poucos anos a minha bombista-suicida e as clavículas absurdamente belas. Do outro lado da estreita mesa perguntei-lhe como podia ela querer-se matar. Não amas tu a vida?



-Eu amo a vida, claro, mas isso não tem nada a ver com a morte. São duas coisas diferentes: a vida existe, a morte não.

m | 4:14 AM |

8.12.05








amo da mesma forma que a corrida me abrasa para o mar.


m | 4:57 PM |

tanto faz,

vamos, põe a cafeteira ao lume. e recomeça.
rpc
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carolina | 4:19 PM |

Homme aux yeux d'enfant, Don Quixote: il y avait du bluff chez lui. Le bluff est-il compatible avec le «réalisme»? A un certain degré, il devient de l'héroisme, une manière d'action supérieure.











´





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Douglas McDougall ........................................................................................................................................................... Rhum, Blaise Cendrars

carolina | 3:14 PM |






dois apaixonados
cujo único mal era o amor
foram ao doutor:
queriam trocar de corações
procuravam nas ciencias exactas
o que não sabiam dar-se:
queriam a prova clínica
de que os seus corpos
eram compatíveis
que podiam viver um do outro

carolina | 5:36 AM |

Arte de Representar TAKE1

Magritte

sofia clara | 4:48 AM |

7.12.05

Bruegel



Parable of the Blind Leading the Blind

m | 3:01 PM |


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..
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principalmente: pertencer

carolina | 2:51 PM |



O God I could be bounded

m | 2:47 PM |

m | 2:21 PM |

6.12.05

lost in translation







às vezes o cinema é Tudo O Que Se Impõe Entre Duas Cadeiras.

m | 7:13 PM |



mulher, eis o teu externo. aberto. descarnado.

m | 6:54 PM |

5.12.05

GÜNTER BRUS

Aktion "Der helle Wahnsinn" 1968
qual é o preço de se não poupar?

AktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktionAktion

todas as figuras têm um centro. eu destruo o centro dos meus trabalhos. só então posso começar.

m | 10:18 PM |

CN4

Amo o caminho que estendes por dentro das minhas divisões
Ignoro se um pássaro morto continua o seu vôo
Se se recorda dos movimentos migratórios
E das estações.
Mas não me importo de adoecer no teu colo
De dormir ao relento entre as tuas mãos.


Daniel Faria

m | 10:11 PM |

CN3






Procuro um Homem em trânsito
em trânsito, isto é
tem nas veias o teu e o meu sangue

m | 9:50 PM |

Mamma's praise


People always told me be careful of what you do
And don't go around breaking young girls' hearts
And mother always told me be careful of who you love
And be careful of what you do 'cause the lie becomes the truth
Billie Jean is not my lover
She's just a girl who claims that I am the one
But the kid is not my son
She says I am the one, but the kid is not my son Ah, look at all the lonely people Ah, look at all the lonely people Ah, look at all the lonely people


m | 9:32 PM |

carolina | 7:14 PM |

invernecemos.

no singular
.
.
Fa molto freddo. Lo so, lo vedo negli altri. Il gelo mi entrerebbe nelle ossa se lo lasciassi passare, cioè mi distraessi. Ma ho troppo da fare.Non che abbia cose precise da fare, anzi non faccio assolutamente nulla, ossia chi mi vede certamente pensa così. Ma non è vero.
Sto osservando il bosco che a poco a poco diventa bianco
invernecemos. o que nos mantem o corpo vertical e os olhos em panorâmica é a certeza de que, enquanto isso, dentro da barriga, o inverno prepara a primavera
em segredo
pelos nossos pés.

carolina | 4:38 PM |


motor a 4 tempos

carolina | 4:28 PM |

CN2



m | 1:15 AM |

CN1

[abandono + 2 tijolos]


um homem atira-se ao rio com os bolsos cheios
de livros.
um era a bíblia, em edição de capa dura. o outro dizia
fórmulas
e na capa um ícaro caído.

qual dos dois o afundou?

m | 12:27 AM |

4.12.05

m | 3:29 AM |






















gerou
a ingenuidade da
inocência

que apenas lhe restava.
ao pari-la
agradecia o milagre da vida
img: dream anatomy

carolina | 1:55 AM |

3.12.05

“Quando saímos, se está a nevar e tudo se pôs branco, ficamos sós, sentimo-nos sós. Se o sol estiver a brilhar, talvez não. Mas nada garante que aquilo que o outro sente seja equivalente ao que nós próprios sentimos. Quanto à mensagem, não sei… Não há mensagem. (...) É verdade que eu quero dizer com força qualquer coisa difícil de formular, qualquer coisa de escondido.”

Pina Bausch

carolina | 9:49 PM |

Nada trazem consigo. As imagens
Que encontram, vão-se delas despedindo.
Nada trazem consigo, pois partiram
Sós e nús, desde sempre, e os seus caminhos
Levam só ao espaço como o vento.

Embalados no próprio movimento,
Como se andar calasse algum tormento,
O seu olhar fixou-se para sempre
Na aparição sem fim dos horizontes.

Como o animal que sente ao longe as fontes,
Tudo neles se cala para auscultar
O coração crescente da distância,
E longínqua lhes é a própria ânsia.

É-lhes longínquo o sol quando os consome,
É-lhes longínqua a noite e a sua fome,
É-lhes longínquo o próprio corpo e o traço
Que deixam pela areia, passo a passo.

Porque o calor não os consome,
Porque o frio da noite não os gela,
E nem sequer lhes dói a própria fome,
E é-lhes estranho até o próprio rasto.

Nenhum jardim, nenhum olhar os prende.
Intactos nas paisagens onde chegam
Só encontram o longe que se afasta,
As aves estrangeiras que os traspassam,
E o seu corpo é só um nó de frio
Em busca de mais mar e mais vazio.

Sophia, Homens À Beira-Mar

m | 11:52 AM |


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