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26.4.07

Abstração é sugerir um rosto aberto.
(sem rigor literal, claro. Para isso há a matemática.)

m | 3:47 AM |

25.4.07

oh, posso com uma paixão infeliz, mas este rancor sem vingança é um inferno...


imagem trabalho William E Jones
Legenda traduzida Manoel de Oliveira (in Amor de Perdição)

m | 11:24 AM |

24.4.07

carmencita

de tirarse las coplas palante me tuvo muertita. cantaba, que no canta má, a veces te busco a veces te nombro.



m | 2:36 AM |

23.4.07

perchè non si torna mai

[Requiem Para Uma Devoção Crua. o K626, mais concretamente]

não que fosse a pedra, a pedra viva a ressoar; não os bancos,
Magistral, pensava ele.
Magistral, enquanto morria
e não isto, não aquilo
uma só coisa adentro e afora e ajoelho-me sem querer nenhum perdão: pelo puro gozo de adentrar isso que ressoa.
.
[e puro gozo é quando o corpo sucumbe: A prostração é uma posição pagã. Isso que fazem os sacerdotes ao ser ordenados, ou os fiés em adoração, quando se prostram por uma evidente razão de escala. Estão é a misturar o corpo com a terra. Inconsciente lucidez para eles, que o corpo será ainda a última estreita passagem.]

tudo isto e aquela coisa ali
tudo isto e aquela coisa ali de lado, a dizer Eu Sou

m | 4:44 AM |

21.4.07

m | 8:57 PM |

Atenção ao sábado

Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas.
No sábado é que as formigas subiam pela pedra.
Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho.
De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana.
Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não é?
No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde.
Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais.
Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã.
Domingo de manhã também é a rosa da semana.
Não é propriamente rosa que eu quero dizer.

Clarice Lispector in "Para não Esquecer", Editora Siciliano - São Paulo, 1992

m | 6:31 PM |

passarinho trespassado #2

Wo
Ai
Ni

m | 6:10 PM |

passarinho trespassado
não eras tu, ausente que é preciso amar, quem prometeu erguer-se mais alto que as montanhas que quebram o horizonte? quem prometeu chegar feroz e precipitado?
afinal fazes-te fino e omnisciente como o ar. que maçada.

m | 6:01 PM |

19.4.07

Yo me callo, yo espero
hasta que mi pasión
y mi poesía y mi esperanza
sean como la que anda por la calle;
hasta que pueda ver con los ojos cerrados
el dolor que ya veo con los ojos abiertos.


Antonio Gamoneda




m | 2:14 PM |

18.4.07

auto-retrato sincero

.
Sou um pintor. Trago sangue para os vossos olhos. Tenho artérias que se descosem e me cospem dentro de mim mesmo. Preciso de muita paciência, de todas as mulheres do mundo. Durmo sobre a cama profana da minha escuridão. Contagio e deixo-me contagiar pela peste dos bairros pequenos. Não suporto muita luz, não sei o que é uma avenida. Esquinas, sou qualquer coisa que o espanto torce. Sou viviado no álcool dos corpos que se difundem. Bebo das vossas bocas o que não pode ser visto. Pinto para me esquecer do que não pode ser visto. Pinto com os materiais clandestinos do meu amor. Não projecto nada na minha tela. Eu sou a tela. Eu sou a luta das cores por um diafragma de beleza. Sou um pintor. Mereço morrer como um pintor. Não mereço que me prendam. Mereço todas as minhas paixões. Mereço todas as minhas paixões.
.
.
Vasco Gato, A PRISÃO E PAIXÃO DE EGON SCHIELE

m | 2:27 AM |

16.4.07

pintar é lixado.

m | 1:12 AM |

15.4.07


a filha do herói
.
da concertina tinha ouvido absoluto. conhecia e aspergia todas as qualidades que faltavam a esse herói simples e sem grande saída.
no mundo peregrino, pelo menos.

m | 12:15 AM |

13.4.07

OS AMANTES FURIOSOS


.
.
.
(Carlos Drummond de Andrade)
.


.

.

m | 3:50 PM |

Nakite koyu nari

.
Eu sou a mulher das mãos transparentes. Tenho a coragem insular do arrebato - nunca chorei quando alguém não me quis.
Latejam-me as mãos. É tudo.

m | 3:03 AM |

10.4.07






















carolina | 12:14 AM |

5.4.07

.
.
.
a Pina Bausch e o Dominique Mercy e os corpos que nos devolveram, a bolsa de valores no lugar do colchão de palha, os CSS que afinal não são japoneses nem músicos, a descoberta da relação entre a emoção e a razão e o Damásio, o facto de os museus agora serem danceterias e o São Luís, o Stabat Mater que afinal nunca existiu, o Paul Bowles e a complicação das novas linguagens quando o objectivo é comunicar, o frio que faz aqui e os aquecimentos que já não se acendem porque já é verão, a Trienal de Arquitectura e a gente de que fala que nem sabe o que isso é, o Nanni Moretti e os Berlusconis, as mentiras do 1 de Abril e o calendário que suele seguir, os CDs e DVDs que não interessam e que são gratis e que são todos, os anúncios dos telefones e dos jornais que são mais ou menos assim e que podiam ser anúncios a qualquer coisa
.
.

carolina | 12:39 AM |

2.4.07

para chegar às coisas é preciso chama-las pelo seu verdadeiro nome,



A N A

m | 11:24 PM |

há tantas casas,
cheias de coisas.
aqui, raramente
temos o que dizer

carolina | 2:13 AM |


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