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13.2.06


ainda perguntas porque é que este é o tempo dos assassinos?
ficamos com o que faltou
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ficámos com o que não houve, os fabulosos remates à trave, as fintas geniais, as fotografias que recusámos, que não quisemos, que nunca quereriamos guardar, os autógrafos que não nos demos pelas idêntidades que não fomos com os nossos corpos, com os nossos vagos olhares apenas sugestionados
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- Não receies nada. Já pensei no plano das nossas relações para os anos que se vão seguir; não rias... será talvez ainda melhor quando deixarmos de ser amantes e começarmos.... o quê? Não sei, quando pensarmos um no outro numa posição neutra; como amantes, quero dizer, que foram obrigados a separar-se; que talvez nunca devessem ter sido amantes; escrever-te-ei com frequência.
- Peço-te que te cales - disse sentindo o desepero invadi-lo
Sob a aparente leviandade de Leila ele reconhecia algo de forte e duradouro - as próprias caracteristicas de uma experiência que lhe faltava. leila era uma criatura valorosa e só os bravos sabem conservar-se alegres na adversidade. Mas na noite que precedeu a partida não veio visitá-lo ao quarto, quebrando a sua promessa. Era bastante mulher para desejar aguçar as dores da separação a fim de tornar mais prolongado o seu efeito. E a expressão de Mountolive na manhã seguinte, ao pequeno-almoço, encheu-a da mais pura alegria; ele sofria evidentemente.
Acompanhou-o a cavalo até ao embarcadouro. Com efeito nada mais havia a dizer entre os dois. E ela desejava acima de tudo evitar repetições que acabam por degradar o amor. Desejava que o rapaz conservasse dela uma imagem clara: porque Leila via nessa separação uma amostra, por assim dizer, de uma separação mais definitiva e final, uma separação, se estavam destinados a só manter o contacto através de cartas, podia fazer-lhe perder Mountolive. Não se pode escrever mais de uma dúzia de cartas de amor sem a necessidade de novos temas. A mais rica das experiências humanas é também a mais limitada nos seus meios de expressão. As palavras matam o amor como matam tudo o mais. Ela já tinha decidido colocar as suas relações num outro plano, mais rico; mas Mountolive era ainda demasiado jovem para aproveitar o que lhe podia oferecer: os tesouros da sua imaginação. Devia deixar que o tempo o amadurecesse. Ela sentia que o amava, embora se resignasse a não tornar a vê-lo. O seu amor tinha já aceitado e dominado o afastamento do seu objecto - a sua própria morte! Este pensamento, que se apresentava no seu espítito com tão grande acuidade, dava-lhe sobre ele uma prodigiosa vantagem, porque enquanto ele se debatia ainda no mar agitado das emoções e dos desejos, dos amores próprios e de todos os ilogismos e de todas as angústias de um amor mordente, ela já colhia forças e confiança na natureza irremediavelmente desesperada do seu caso. O orgulho da sua inteligência emprestava-lhe novas e insuspeitadas forças. E embora parte do seu espírito se sentisse feliz por vê-lo sofrer e se preparasse para a ideia de não voltar a encontrá-lo, sabia entretanto que já o tinha possuído e, paradoxalmente, despedir-se dele era fácil.
Separaram-se no embarcadouro; (...) Nessim passou um dos braços em torno dos ombros de Leila enquanto acenava com o braço livre, sabendo perfeitamente o que ela sentia, embora fosse incapaz de encontrar palavras para sentimentos tão equívocos e sinceros.
A barca desatracou. Estava tudo acabado.
(...)
Só conseguira ver leila uma meia dúzia de vezes em Alexandria - e esses encontros tinham sido mais dolorosos que excitantes devido a serem obrigados a guardar cada vez maior descrição.
(...)
Para Leila as coisas eram diferentes; estava já tão voltada para a recriação da sua personalidade no novo papel que tinha escolhido e que ensaiava diariamente, na intimidade do seu espírito, que com grande surpresa sua verificou esperar com impaciência que a separação fosse definitiva, que os laços de outrora se quebrassem totalmente. Era como um actor incerto do desempenho do seu novo papel, mas que anseia pelo momento de entrar em palco. Ela esperava o que mais temia: poder finalmente pronunciar a palavra "adeus".
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Mountolive, Lawrence Durrell
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..
Está por todo o lado documentado o nosso crime, sem nome,
escondidos atrás dos nossos rostos sem vestígios, cadastros limpos,
olhos ofensivamente enxutos.
E tu ainda perguntas

Posted by carolina | 10:11 PM | E-mail this post

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