principalmente
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16.1.06
não quero este silêncio que preparei e que está pronto. não quero envelhecer a teu lado. ao lado de homem nenhum. não quero nenhuma textura rugosa, nem garrafas de champanhe caríssimo. não gosto que ela diga fatalismos à cette âge là. não , nunca, mais.
nenhum.
não quero abrir flor nenhuma silenciosamente, principalmente aos que mais precisarem. não quero beijos melosos e quentes a substituir a agudeza das palavras. não quero as palavras de mais, demasiadas a ocuparem a boca em vez de certos beijos. precisos. não quero respirar senão pela boca que me foi destinada. não gosto de anzóis, de temperaturas ambientes, ares condicionados, condicionantes. detesto segredos e o facto de que proliferem sem que ninguém esteja realmente disponível para eles. não gosto de gente que me faz vomitar o que não tenho. não gosto do soares nem da sua laia falível. não gosto mesmo nada que se façam malabarismos com vísceras humanas. não gosto da palavra escoliose, de dormir treze horas por noite e sonhar por demais. não gosto de ficar dolado de fora da varanda olímpica. não gosto de ter vocação de chão, de câmaras ardentes, de falinhas mansas. não gosto da atracção pelo abismo, de ter nos olhos a visão antecipada de terra. de ser do mar. de admitir homicídios.
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