principalmente





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31.1.06


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Την εμορφιά έτσι πολύ ατένισα,
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retrato dois

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Vem
Eu vou pousar a mão no teu quadril
Multiplicar-te os pés por muitos mil
Fita o céu
Roda:
A dor define nossa vida toda
Mas estes passos lançam moda
E dirão ao mundo por onde ir
Às vezes tu te voltas para mim
Na dança, sem te dares conta enfim
Que também amas
Mas, ah!
Somos apenas dois mulatos
Fazendo poses nos retratos
Que a luz da vida imprimiu de nós
Se desbotássemos
Outros revelar-nos-íamos no carnaval
Roubemo-nos ao deus Tempo
E nos demos de graça à beleza total
Vem
Nós
Cartão-postal com touros em Madri
O Corcovado e o Redentor daqui
Salvador, Roma
Amor, onde quer que estejamos juntos
Multiplicar-se-ão assuntos de mãos e pés
E desvãos do ser


Caetano

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nós curamo-nos das coisas.
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The Puritan



Louise Bourgeois
With the puritan I analyzed an episode forty years after it happened. I could see things from a distance... I put it on a grid. Geometry was a tool to understanding.

29.1.06

este é o tempo da renúncia?

renunciar não se conjugava nas primeiras pessoas.
Cartier-Bresson

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morreu



morreu com as coisas e as pessoas que ocuparão sempre a sua memória de velha. morreu embrulhada em fios de cabelo que dizia descerem pelas paredes para formar as caras que foram consigo, enquanto tentava representar com as mãos furadas esse movimento escuro e só seu: manchas assustadoras sobre a cama mais branca do hospital.

morreu o colo mais branco
e ninguem estava la, mas ela no tempo mais sozinho de todos sabia-nos. como pode aquele colo?
morreu como quem levanta a mesa, arranja o cabelo, sai à rua,
morreu sem si,
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Asi ando yo cantando aun mis penas queriendo que me ames para mi soledad
Y hasta que yo te quiera que quieres que te cante?
Y asi amo yo con rimas tan torcidas buscando disonancias pa'mi nueva cancion

Por eso me quedo hasta el final

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Por eso me quedo, Lhasa de Sela

28.1.06

revelar é tirar o véu

27.1.06



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.....................às vezes ainda volto a casa

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25.1.06

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"(...) E assim chegamos ao fim da emissão por hoje. Foi um prazer tê-los na nossa companhia. Boa noite"
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under the same blanket the same blood
the same light under the new secret morning
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Qualquer coisa

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da maior importância


Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pôde mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós

Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você e pra mim
Entre nós

E você jogando fora, agora
Vá embora, vá!
Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal
E assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor

Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Você não teve pique
E agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você
Não teve pique
E agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique

Caetano

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Não quis saber, mas soube, que uma das meninas, quando já não era menina, e não havia muito tempo tinha regressado da sua viagem de lua-de-mel, entrou na casa de banho, pôs-se em frente ao espelho, abriu a blusa, tirou o soutien e procurou o coração com a ponta da pistola do seu próprio pai, que estava na sala de jantar com parte da família e três convidados.


Javier Marías Coração tão branco

24.1.06

Le corps impossible

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Le théâtre de la cruauté veut faire danser des paupières couple à couple avec des coudes, des rotules, des fémurs et des orteils, et qu'on le voie.
Artaud

difícil lhe foi perceber que não podia ama-lo em terra aeródromo évora

23.1.06

luzes, por favor.


Still a broken heart
is a broken heart
and illumination
is in fact

performance.




Patricia Barber, por sinal, hoje ao vivo no CCB.

os estranhos apenas falam do tempo

A - Está aqui um cheiro esquisito.
B - É gin.
A - Eu cá a mim olha, uma vez entornou-se-me uma garrafa de vinho verde no porta-bagagens do carro. Vinho verde, carrascão mesmo... sabes?
B - Hum.
A - ... aquilo é que é o verdadeiro cheiro a taberna. (pausa) Era verão...

B - Oh! (alto) Oh o Verão era um luxo...!



Felizes da Fé...

19.1.06

post para uma manhã de nevoeiro

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A queda da laranja provocará o poema?
A laranja voadora é, ou não é, uma laranja imaginada por um louco?
E um louco, saberá o que é uma laranja?
E se a laranja cair? E o poema? E o poema com uma laranja a cair?
E o poema em forma de laranja?
E se eu comer a laranja, estarei a devorar o poema? A ficar louco?
[...]
E a palavra laranja existirá sem a laranja?
E a laranja voará sem a palavra laranja?
E se a laranja se iluminar a partir do seu centro, do seu gomo mais
secreto, e alguém a [esquecer] no meio da noite - servirá [o brilho] da
laranja para iluminar as cidades há muito mortas? E se a laranja se
deslocar no espaço
- mais depressa que o pensamento, e muito mais devagar que a laranja
escrita
- criará uma ordem ou um caos?

Al Berto

18.1.06

Corto viaggio sentimentale, capriccio italiano




venho dormir junto de ti
e o meu corpo é uma coisa diferente
do que se vê ou toca ou sente;
é, fora de mim, essa coluna de ar onde respiro,
olhos que beijam o teu corpo exacto,
as muitas mãos que dobram o teu rosto.
Um deus que dorme, um deus que dança, e mais
que um mero deus, o breve amor do tempo.

António Franco Alexandre

After a certain age every artist works with injury



After a certain age, every artist works with injury

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È migliore da distruggere che generi le cose inutile.
in 8 1/2

17.1.06

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Et j'ai perdu tous mes paris
il n'y a plus que la Patagonie, la Patagonie qui convienne à mon immense tristesse,
et un voyage dans les mers du Sud
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Blaise Cendrars
dis moi, sommes-nous encore loin?

16.1.06

não quero este silêncio que preparei e que está pronto. não quero envelhecer a teu lado. ao lado de homem nenhum. não quero nenhuma textura rugosa, nem garrafas de champanhe caríssimo. não gosto que ela diga fatalismos à cette âge là. não , nunca, mais.
nenhum.
não quero abrir flor nenhuma silenciosamente, principalmente aos que mais precisarem. não quero beijos melosos e quentes a substituir a agudeza das palavras. não quero as palavras de mais, demasiadas a ocuparem a boca em vez de certos beijos. precisos. não quero respirar senão pela boca que me foi destinada. não gosto de anzóis, de temperaturas ambientes, ares condicionados, condicionantes. detesto segredos e o facto de que proliferem sem que ninguém esteja realmente disponível para eles. não gosto de gente que me faz vomitar o que não tenho. não gosto do soares nem da sua laia falível. não gosto mesmo nada que se façam malabarismos com vísceras humanas. não gosto da palavra escoliose, de dormir treze horas por noite e sonhar por demais. não gosto de ficar dolado de fora da varanda olímpica. não gosto de ter vocação de chão, de câmaras ardentes, de falinhas mansas. não gosto da atracção pelo abismo, de ter nos olhos a visão antecipada de terra. de ser do mar. de admitir homicídios.

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justifico as tuas faltas com as minhas suspeitas
é a mim que acuso
nos dias de nevoeiro mais cerrado em pleno verão

nevoeiro cujo sentido me trazes de maneira quase intuída
como uma pintura imaginada
de uma rua, de umas putas, mais ou menos como no restelo, exactamente.

e agora não há volta. só há um sentido: o que desce para o mar
e agora o nevoeiro esconde sempre o fundo de um caminho qualquer
e não foi sempre assim
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as grandes decisões não se fazem nas manhãs de encanto, nos dias de sol
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cartier-bresson
um dia vou saber fazer as vidas mais simples

14.1.06

12.1.06

retour







11.1.06

do frio,

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acordo de noite
dentro de piscinas vazias.
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Oui ma très chère

Ton poème forme un tout secret - une blessure qui cicatrise sans complications.
«Par la bouche de ma blessure.» C'est ainsi que les choses que tu avais à dire furent dites. Et lorsque la blessure se ferme - elle enferme les secrets avec.
C'est notre noblesse d'être illisibles.

Je t'embrasse
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9.1.06

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E despede-te de Alexandria
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que te abandona
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Miki (wonderful) Dora

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Jo 6, 68
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Jeffrey Silverthorpe "The woman who died in her sleep" 1972

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da resistência dos materiais
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o principio é o pior, os pés pouco habituados ao peso insistente do exercício
do amor, o impacto da pedra da calçada na espinha e sobre a bacia,
o engarrafamento do sangue nos músculos das pernas,
a respiração
precipitada
sobre o caminho, a pele a não poder conter tanto calor,
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depois o movimento da corrida é independente. E o corpo (como pessoa) é levado como se ao colo de uns músculos que só por acaso são a condição essencial a essa graça.
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8.1.06

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notícias do ano novo . a medida das coisas

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notícias do ano novo "Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros". Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros. Pessoas há que, no terror de serem enganadas, como que ensinaram os outros a enganá-las e pelas suas suspeitas justificam as faltas dos outros.
Cartas a Lucílio, Séneca

7.1.06

notícias do ano novo: a lua meu amor. raios
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era este sitio que é a minha casa e que para onde eu ja nao podia convidar mais ninguem. jantávamos todos os dias à mesma mesa
mesmo que em silêncio
principalmente quando não falávamos
diziam-me que era assim mesmo: que quando se vive com outros, vezes há que nao se tem nada para dizer. a mim parecia-me muito estranho

tentavam com tudo o que tinham salvar o castelo de areia da maré que subia. O castelo seria inevitávelmente comido pela àgua, mas não enquanto eles estivessem ali, ah nao! um dia na praia tomava as proporções de uma vida inteira: tentavam salvar um casamento de uma maré que passaria sempre por ali, de um vento que abrasaria sempre as arestas que tinham esculpido da areia molhada, de um tempo que não se cansava de deixar camadas sobre a superfície.
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6.1.06


Jenny Holzer Inflammatory Essays

Atlântida

Nasço cheia das mémorias de ti. Estou sempre no limite impreciso. Como alguém perturbado por recordações, atravesso a nado todas as casas onde morei, casas sem paredes, corpos sem esqueleto, música sem som. Mundo Morno Que Se Fecha Silenciosamente. E eu estou lá, eu estou no mundo fina e solta, movendo-me com pouco esforço.
Não me lembro de ter frio nem calor. Não me lembro de nenhuma dor provocada pelo frio ou calor - temperatura do sono, sem febre nem arrepio. Não me lembro de amar, de sal algum para além daquele que me embalava em correntes mornas, perpétua carícia. Não me lembro de chorar.
Eram as cidades a ondular à passagem do meu corpo. Do meu sopro. E eu vou. Sem fome nem desejo. Nenhum Sentimento, Só Movimento. Só o movimento de passar para um outro corpo. Outra carne.
O mundo mudo.
E depois, depois era o terror e a alegria de homicídios conseguidos em silêncio.

5.1.06

- Na capela do colégio havia um santo assim,
todo nu, cheio de sangue...
e flechas.

Uma vez olhei para ele e corei. Era a primeira vez que sentia o amor.

...........

- o teu aluno? está apaixonado?

- quer estar...

- e tu pensas que basta querer?
em Agosto, de Jorge Silva Melo

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viagem para fora de pé
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perguntavas todos os dias se te amava
eu dizia sempre que sim
suspensa, pela primeira vez.
eu não perguntava nada
era assim que ia sabendo do teu amor por mim
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3.1.06

é preciso acalmar os cavalos à divinização que a distância tece

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eu nada sei, posso parir um filho e nada sei.

2.1.06

manifeste surrealiste, André Breton


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